‘Não tinha nada de ressurreição, meu pai quis um momento para despedir da filha e trancou a porta’, diz irmã da mulher enterrada 30 horas depois da morte em MG
Versão de que a família se recusou a liberar o corpo para o sepultamento, em Santa Maria do Salto, por acreditar que a mulher iria ressuscitar foi negada pela...
Versão de que a família se recusou a liberar o corpo para o sepultamento, em Santa Maria do Salto, por acreditar que a mulher iria ressuscitar foi negada pela irmã. ‘Em cidade pequena o pessoal inventa’, afirmou. Família de mulher morta em Santa Maria do Salto nega que esperava ressureição A demora em liberar o corpo de uma mulher de 47 anos, que morreu dentro de casa em Santa Maria do Salto, não foi porque a família esperava uma ressurreição, segundo afirmou uma das irmãs, em conversa com o g1. Mirtes Caires Correia foi enterrada nesta sexta-feira (13), cerca de 30 horas depois da morte e mobilizou a pequena cidade mineira do Vale do Jequitinhonha. Desde que a notícia da morte se espalhou no município, que tem menos de 5 mil habitantes, dezenas de pessoas se aglomeraram na porta da casa de Mirtes aguardando informações sobre o caso. Nas redes sociais, circularam vídeos e áudios afirmando que o corpo era mantido dentro da residência porque a família acreditava que a mulher iria ressuscitar. “Tudo mentira! As pessoas inventaram isso porque meu pai trancou o portão e começou a conversar com ela. Não tinha nada de ressurreição, meu pai quis um momento para despedir da filha e trancou a porta”, disse a irmã. Ainda segundo a irmã, por morar em Belo Horizonte, precisou de tempo para se deslocar até o município, localizado a mais de 800 km de distância da capital, e pediu à família para aguardar a chegada. “Meu irmão mora no Mato Grosso e não teve condições de vir para ver minha irmã. Eu cheguei praticamente na hora do sepultamento. O caixão já estava fechado. Mas não dava para esperar mais porque o corpo já estava começando a ter mau cheiro”. Populares se reuniram na frente da casa da família Redes sociais Câncer terminal e religião A irmã confirmou que a família é muito religiosa e que sempre fez orações pedindo a cura de Mirtes, por conta do estágio avançado da doença. Mas que isso não tinha relação com a crença de que ela iria ressuscitar após a morte. “Ela estava desenganada. O câncer começou na mama, foi para a axila e depois para o pescoço. O tratamento dela era para aliviar as dores. Quando ela descobriu a doença, já estava no grau três”, afirmou. Segundo a família, na madrugada em que Mirtes morreu, a ambulância do município teria sido acionada para prestar socorro porque a mulher sentia muitas dores. Mas a informação recebida foi de que não havia veículo disponível. “Por isso ficamos aguardando tanto tempo. Esperando uma ambulância, esperando a médica atestar a morte para depois liberar para a funerária [...] A gente fica triste porque estamos abalados e ainda as pessoas inventam as coisas”, disse. A reportagem do g1 tentou contato com a prefeitura da cidade, com o SAMU, e com a funerária, mas não obteve retorno. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 Vales no WhatsApp Vídeos do Leste e Nordeste de Minas Gerais